quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Plenária Popular debate Constituinte e Grito dos Excluídos em Feira de Santana


No último sábado (22), movimentos sociais, membros da igreja, organizações e lideranças comunitárias do Portal do Sertão e territórios vizinhos se reuniram em Feira de Santana numa Plenária Popular para debater a Constituinte e o Grito dos Excluídos. Além de reunir pessoas da comunidade dispostas a se organizar e construir lutas coletivas, o espaço também representou um momento de unidade das organizações em torno de bandeiras centrais de luta deste período, como a reforma política e a defesa da democracia. 

A partir do tema do Grito dos Excluídos de 2015, “Que país é esse que mata gente, que a mídia mente e nos consome?”, a mesa de debate se voltou à discussão do atual momento político e os desafios colocados aos trabalhadores e trabalhadoras. Estiveram presentes na mesa o Padre João Eudes, representando a Igreja Católica; Ana Glécia, do Movimento de Organização Comunitária (MOC); Thays Carvalho, direção nacional da Consulta Popular; Leomárcio Araújo, coordenação estadual do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) e representante da Via Campesina; e Cedro Silva, presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Leomárcio Araújo, da Via Campesina, reforça os impactos do atual cenário econômico a partir da perspectiva do campo. “Nos últimos anos no Brasil, o capital fez uma opção pelo campo, com o avanço das multinacionais. Isso mudou a figura do latifundiário, que deixa de ser o ‘coronel’ para ser o empresário de gravata. O investimento no campo via multinacionais trouxe para a cidade um pensamento de que no campo não é preciso ter gente, não é preciso ter pequeno agricultor.”
Resgatando as conquistas dos trabalhadores do campo e da cidade no último período, Ana Glécia, do MOC, evidencia a disputa das ideológica que está por trás dos atuais atos de rua. “As manifestações que estão ocorrendo agora são manifestações de interesses: de uma lado, o povo querendo avançar nas suas conquistas, e de outro a burguesia que não quer perder seus privilégios.”

Thays Carvalho, da Consulta Popular, sintetiza a necessidade de unidade do povo e das organizações para frear o avanço conservador e colocar a esquerda numa postura ofensiva, a partir da bandeira da Constituinte. “O que a conjuntura coloca para nós hoje, que já nos mobilizamos no nosso bairro, na nossa comunidade, na nossa igreja, é que estamos sendo convocados para nos unir. Todas as nossas lutas precisam estar em sintonia com uma bandeira maior, e hoje essa bandeira é a Constituinte, porque ela consegue dar resposta a todas as reformas estruturais que o povo e os movimentos sociais já reivindicam”, conclui.





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