terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Curso de Formadoras e Formadores do Plebiscito Popular reúne mais de 300 pessoas na Bahia


(Imagens:Coletivo Estadual de Comunicação do Plebiscito-Bahia)

24/01/2014
Por Jamile Araújo e Naiara Aguilera do Comitê Estadual do Plebiscito- Bahia e do Levante Popular da Juventude
De Salvador-Bahia

Aconteceu no último fim de semana, 22 e 23 de fevereiro, o I Curso Estadual de Formação de Formadores do Plebiscito Popular, no recém-nomeado Colégio Estadual Stiep Carlos Marighella (antigo Colégio Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici), por inciativa da comunidade através de uma eleição popular referendada pelo Governo do Estado na última semana (Relembre aqui). O curso contou com cerca de 300 pessoas, ativistas e militantes de diversas regiões do estado e mais de 60 organizações entre entidades, sindicatos e movimentos sociais já envolvidos na campanha.

No primeiro dia, o debate girou em torno do Sistema Político brasileiro e do por que da convocação de uma Assembléia Constituinte Exclusiva e Soberana que modifique o atual sistema político em nosso país. Contando com a presença do especialista no assunto José Antônio Moroni (INESC), a mesa foi composta também pelo secretário estadual do PT na Bahia Weldes Queiroz e por Thays Carvalho do Levante Popular da Juventude.

Moroni frisou que o poder econômico domina os processos eleitorais em nosso país e precisamos realizar o debate na sociedade sobre a necessidade de retirar do poder econômico as grandes empresas transnacionais e os bancos das eleições: “Sabemos, quem “”paga a banda, pede a música””. Por financiar inúmeros candidatos e se beneficiar com essa lógica, seguem dominando a política em nosso país um verdadeiro pacto das elites, retirando o povo indígena, negro, as mulheres, a juventude, a Comunidade LGBT de exercerem a política. Mais do que isso, o poder econômico não age somente nas eleições, determina toda a vida política do país; o poder econômico age através da burocracia do Estado. Exemplos disso são as concessões dos meios de comunicação e do transporte público. Elas criam relações que fortalecem o poder econômico”.

Mesa sobre o Sistema Político Brasileiro, com Moroni (INESC), Weldes (PT) e Thays (Levante Popular da Juventude)
Durante a tarde o curso seguiu com o tema da Constituinte Exclusiva e Soberana e teve a presença da dirigente do Partido dos Trabalhadores em São Paulo Misa Boito e Mário Neto, da Direção Nacional da Consulta Popular. Misa foi contundente, destacou que o voto em lista e o financiamento público de campanha são algumas das questões centrais para a construção unitária do Plebiscito nacionalmente e pelo quais os partidos de esquerda devem se debruçar. Para Mário Neto da Consulta Popular, a questão fundamental é o debate do poder: “Para nós, lutadores e lutadoras do Povo, a questão central da esquerda na construção desse Plebiscito Popular por uma Assembléia Constituinte Exclusiva e Soberana do sistema político é o debate do poder. É necessidade das amplas forças populares se unificarem em torno de uma bandeira política e marcharem unidas, construindo um amplo processo de formação, organização e lutas, para que possamos acumular forças contra os setores conservadores e reacionários do nosso país, que inviabilizam as reformas estruturais, como a reforma agrária popular, reforma urbana, da educação, da saúde, a reforma tributária, etc”. 

O Plebiscito Popular da Constituinte está crescendo cada vez mais em nosso país. A realização do Curso de Formação de Formadores na Bahia é um marco, representa um salto de qualidade, o próximo passo é a realização do Curso Estadual dos 1.000 e seguirmos com as tarefas de convencimento, trabalho de base, de comunicação massiva e organização popular. A meta é de se montar comitês (municipais, regionais, por local de trabalho, moradia, estudo) em todos os lugares e construirmos uma grande votação no período de 1 a 7 de setembro de 2014, na semana da Pátria. 

Mesa sobre Constituinte Exclusiva e Soberana. Com Misa Boito(PT), Henrique Crispim (CTB), Júlia Garcia (Marcha Mundial das Mulheres e Mário Neto (Consulta Popular).

No domingo os grupos debateram os desafios organizativos para a construção do Plebiscito na Bahia e a questão das sub-representações, com movimentos e organizações de Juventude, dos Indigenistas, Negras e negros, Mulheres, LGBTTs e MPL. O debate foi extremamente rico e politizado. Há uma profunda concordância com a construção de uma proposta unitária dos movimentos sociais, em torno de uma questão política. É preciso mudar o sistema político brasileiro, para que ele possa refletir os anseios de todo povo e não apenas da burguesia nacional e internacional. 

Maíra Guedes da Marcha Mundial das Mulheres, diz que a sub-representação das mulheres é a porta de entrada para o debate sobre o Sistema Político. Segundo ela, “a discrepância é visível na sub-representação das mulheres, mas não podemos reduzir o sistema político ao legislativo. O congresso é expressão da correlação de forças, se queremos mais mulheres no congresso, precisamos construir a força social do feminismo popular”.

Para Luciano Marques da União da Juventude Socialista (UJS), por mais progressista que os últimos 12 anos de governo tenham sido, com a atual configuração do sistema político os avanços são limitados. “Se hoje, temos condições de pautar esse tipo de proposta, isso se deve a pressão popular da juventude que esteve nas ruas em 2013, aliado a um governo mais progressista, com inúmeras contradições, muitas delas em virtude da atual configuração do sistema político”.  Juliane Santos, Pataxó da comunidade Aldeia Velha (Porto Seguro) e integrante do Conselho Indigenista Missionário (CEMIS), relaciona a falta de resolução dos problemas dos indígenas no Brasil à bancada do congresso ligada ao agronegócio, e o fato de não haver nenhuma representação indígena no congresso.


Banda Afro Ilê Aiyê encerra o Curso

Para encerrar o curso, a Banda afro Ilê Aiyê, principal referência construtora dos blocos afros no Brasil, que ao longo de sua trajetória artístico e política vem intervindo na construção da preservação e valorização da cultura afro-brasileira através de projetos politico-educacionais na cidade de Salvador, abrilhantando a noite com o mais “Belo dos Belos” da cultura brasileira e identidade dos povos negros lutadores do estado da Bahia. Viva O Ilê Aiyê!

Homenagem a Carlos Marighella com a presença de seu filho, Carlos Augusto Marighella

No sábado à noite, ocorreu homenagem ao herói do povo brasileiro Carlos Marighella. Com a presença de seu filho, Carlos Augusto Marighella. A luta que outrora tantos outros lutadores que assim como Marighella no período da ditadura no Brasil travaram por uma sociedade mais justa e democrática, é a mesma luta dos que se dispõe na atual conjuntura a modificar o sistema político em nosso país, emocionando todos e todas com a palavra de ordem “Marighella Vive!”. 

Carlos Augusto Marighella emociona todos e todas ao puxar a palavra de ordem “Marighella Vive!”.


Agendas

11 de março, 19 horas, no SINDIPETRO em Salvador. Reunião da Secretaria Operativa Estadual.
29 de março, Aniversário de Salvador, 3ª Plenária Estadual.
17 de maio, 3ª Plenária Nacional em São Paulo.

Lista dos Comitês e entidades participantes do Curso.
Comitês
          1. Salvador; 2. Camaçari; 3. Feira de Santana; 4. Jequié; 5. Irecê; 6. Caetité; 7. Guanambi; 8. Brumado; 9. Vitória da Conquista; 10. Ribeirão do Largo; 11. Itabuna; 12. Itambé; 13. Porto Seguro; 14. Barreiras. 

Entidades

1.       Associação de Moradores de Vila Verde (AMVV)

2.      CAA – Centro de Assessoria do Assuruá.

3.      Levante Popular da Juventude

4.      Consulta Popular

5.      MTD

6.      Marcha Mundial das Mulheres

7.      Movimento Passe Livre

8.     MPA
9.      MST
10.  MPP
11.   SINTRACOM
12.  MUA
13.  DAPS
14.  SISTUMUR
15.   Movimento Unificado
16.  CTB
17.   CUT
18.  SINTEL
19.  Juventude do PT
20. Coletivo O Estopim
21.  Militância Socialista
22. PT
23. ANPG – Associação Nacional dos Pós-Graduandos)
24. Coletivo Rosa Zumbi – PSOL.
25.  Juventude Revolução – JR.
26. INESC
27.  KIZOMBA
28. SINDPEC
29. CONTRACS
30. Sala de Leitura
31.  Quilombo Xis
32. CEN
33. CONEN
34. EPS
35.  União de Moradia Popular
36. CMP
37.  O Trabalho
38. UJS
39. União dos Estudantes da Bahia (UEB)
40.  Coletivo Criolo.
41.  DCE-UFBA
42. Sindicato dos Psicólogos da Bahia.
43. Sindicato dos Comerciários da Bahia
44. Núcleo de Estudos e Práticas em Políticas Agrárias – NEPPA.
45.  Enegrecer
46. Centro de Comunicação democracia e cidadania
47.  Organização Comunitária do Nordeste de Amaralina
48. Salvador sobre trilhos
49. Coletivo tarifa Zero
50. ACEB – Associação de casas de estudantes da Bahia
51.   CEBES – Centro Brasileiro de Estudos de Saúde
52.  Conselho Municipal de Saúde
53.  Juspopuli – escritório de direitos humanos e mediação de conflitos
54.  Cáritas
55.  Pastoral da Juventude
56.  Parte Negra
57.  Coletivo Ética Socialista
58. Coletivo Não vou me adaptar
59.  Coletivo Quitérias
60. Rádio da Gente
61.  FAMMCEBA
62. ATTSTI
63. MONDEC
64. RECID
65.  APUB
66. UJS
67.  SINDAE
68. SINDIPETRO-BA
 
 

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