terça-feira, 1 de março de 2016

Feira de Santana realiza Encontro Municipal no próximo sábado





Acontece no próximo sábado (5), o Encontro Municipal do Levante Popular da Juventude de Feira de Santana. Com o mote "O que a juventude quer dizer?", o evento contará com diversas apresentações culturais de artistas feirenses, bem como realizará oficinas e debates em torno da necessidade de organização e expressão da juventude. 

"Com o Encontro, queremos construir um espaço em que os jovens se sintam livres pra expressar sua arte, suas ideias e rebeldia, algo que poucos espaços na cidade possibilitam", afirma Thays Carvalho, militante do Levante de Feira de Santana. Além disso, o evento é uma preparação para o 1º Festival de Juventude do Portal do Sertão, que acontecerá no final de março e está sendo construído por diversos movimentos e organizações.

O Encontro Municipal do Levante Popular de Juventude acontecerá no Colégio Ferreira Pinto, localizado no conjunto Feira VI, a partir das 8:30h. Mais informações, clique AQUI.





Carta-compromisso do 1º Acampamento do Levante no Sisal

  



Entre os dias 26 e 28 de fevereiro, o Levante Popular da Juventude reuniu em Serrinha cerca de 70 jovens dos municípios de Araci, Serrinha, Quijingue, Cachoeira, Tucano, Teofilândia, Lamarão e Feira de Santana com o objetivo de organizar a juventude da região para construir o Projeto Popular.  Além de analisar a conjuntura atual, também pudemos debater as opressões que atingem a nós, jovens, como o machismo, racismo e LGBTfobia, bem como planejar e organizar o calendário de atividades e lutas para esse período.

Compreendemos que o nosso desafio enquanto juventude do projeto popular é estar ao lado do povo, lutar com a classe trabalhadora para defender sua vida e seus direitos. Não aceitaremos qualquer forma de injustiça ou opressão, e buscaremos empoderar aqueles e aquelas que sempre estiveram à margem da sociedade. Nossa tarefa principal é organizar todos e todas jovens para que eles e elas possam ser protagonistas da transformação da sua vida e da nossa realidade.

Por isso nos comprometemos:

1.Com a garantia a identidade do território do Sisal a partir da história, cultura e luta do seu povo;

2.Com a luta pela construção de uma democracia popular, que socialize com qualidade as terras, a água, a energia, os meios de comunicação, o acesso à saúde, à educação, à moradia, ao transporte.

3.Com a luta pela soberania, porque os povos devem tomar seu país e sua história nas mãos, sem serem sujeitados pelo imperialismo ou outros poderosos. O desenvolvimento deve ser ambientalmente sustentável e estar voltado ao interesse do povo.

4.Com a prática permanente de solidariedade com todos os povos que sofrem e lutam. Com atenção especial para nossos hermanos latino americanos, que carregam a mesma história de opressão e luta que nós.

5.Com a luta contra o machismo, na sociedade e dentro de nossa organização, pois, se os trabalhadores são explorados pelo sistema capitalista, as mulheres são duplamente oprimidas e exploradas: enquanto trabalhadoras, e enquanto mulheres, pelo sistema patriarcal. Temos que estar lado a lado com as organizações do movimento feminista no combate ao patriarcado, à violência sexista e à mercantilização do corpo e da vida das mulheres, assim como fomentar a auto-organização das mulheres do Levante.

6.Com a luta contra o racismo, dentro e fora de nossa organização, porque a população preta é a mais explorada da classe trabalhadora e mesmo depois de mais de 120 anos da falsa abolição continua sendo o alvo preferencial da violência de Estado. É necessário lutarmos junto ao movimento negro e outras organizações antirracistas para que possamos construir uma sociedade livre do racismo.

7.Com a luta contra a lesbofobia, a transfobia e a homofobia, também dentro e fora de nossa organização, 7porque não existem relações afetivas mais normais e comuns que outras, e nenhuma orientação sexual deve ser motivo para legitimar desigualdades e opressões.

8.Com a luta por um projeto de educação que sirva aos interesses do povo. Por isso, defendemos que exista um número suficiente de vagas tanto em creches quanto em escolas secundárias e universidades, bem como cotas sociais e raciais, no campo e na cidade. A educação só terá qualidade se estiver voltada para os interesses do povo, atendendo todas e todos.

9.Com a luta por transporte público, gratuito e de qualidade, enfrentando os aumentos nos preços de passagem.

10.Com a luta por ampliação do acesso à cultura e ao lazer, contra sua mercantilização. Lutaremos para que existam mais possibilidades de produção e troca culturais, como música, teatro, artes visuais, cinema, dança, e tantas outras formas de expressão. Também utilizaremos da cultura e do lazer como formas de resistência, de resgate da nossa história e da nossa identidade de povo brasileiro.

11.Com a luta contra o trabalho precarizado e informal. A luta pela garantia e expansão dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras (exploradas duplamente, no local de trabalho e em casa) é essencial para a criação de um país menos desigual. Pela jornada de 40 horas semanais, sem a redução de salários.

12.Com a luta contra o conservadorismo e a defesa da democracia. Não aceitaremos qualquer tipo de golpe ou retrocesso nos direitos do nosso povo!

Sabemos que para isso é extremamente necessária a massificação desta luta, trazendo cada vez mais jovens para o nosso projeto, porque só a juventude tem a força necessária para transformar essa sociedade. É com o trabalho coletivo, combatendo o individualismo e a estagnação, que tomaremos o futuro em nossas mãos. Esse é o caminho para a liberdade com que tanto sonhamos e precisamos para viver.

Construiremos uma organização com coerência: devemos fazer o que dizemos e dizer o que fazemos; com autonomia, construída por aqueles que trabalham no Levante; com estudo e disciplina, para dar cada passo com firmeza, conhecendo com profundidade o caminho que devemos trilhar; com o exercício decrítica e autocrítica, porque não devemos temer ou ocultar os erros, mas enfrentá-los de frente, para, então, superá-los.

Entendemos que serão esses compromissos que garantirão a construção do Levante Popular da Juventude, do Projeto Popular e da Revolução Socialista brasileira. A tarefa não é fácil: não esperamos ter todas as respostas nem construir tudo isso sozinhos, mas nos desafiaremos a dar tudo o que pudermos, porque devemos nos construir como a juventude que ousa lutar, que constrói alternativas e que é parte do povo brasileiro. Somente com alegria, amor e muita animação chegaremos lá!

 Juventude que ousa lutar constrói o poder popular!
Serrinha, 28 de fevereiro de 2016.



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