sábado, 28 de março de 2015

#MobilizaUESB – A juventude já se decidiu, mais recursos para a Assistência Estudantil.

Na última semana, entre os dias 23 a 26 de março, os/as estudantes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus Vitória da Conquista, se propuseram a travar o debate sobre o sucateamento das universidades estaduais baianas, sobretudo, relacionadas aos reflexos da crise para a classe estudantil.
O MobilizaUESB – Jornada de Lutas em Defesa da UESB, se originou das indignações trazidas pelos/as estudantes em sua Assembleia Geral, ocorrida no dia 16, segunda-feira. Era necessário possibilitar, disseminar e denunciar os cortes orçamentários do governo do estado para a Universidade, além de debater as demandas internas no que se refere a estudantes/reitoria.
Passadas em sala de aula, panfletagem e oficina de confecção de cartazes se fizeram presentes nas atividades da segunda e terça-feira. Fatores como o corte de 1,3 milhão de reais pela reitoria para a Assistência/Permanência Estudantil, atraso nas bolsas permanência, pesquisa e extensão e a falta de recursos básicos de higiene, eram os mais elencados pelos/as estudantes.

Na quarta-feira foi o dia do CONSU – Conselho Superior da universidade, dentre as pautas estavam a demissão dos funcionários terceirizados, aprovação das contas de 2014 e do orçamento de 2015. Os/As estudantes estiveram presentes, cobrando da reitoria um posicionamento quanto à crise, ao estado de greve dos professores, etc., e a mesma continuou omissa aos acontecimentos da universidade. Segundo o reitor enquanto os/as estudantes, professores e funcionários/as paralisam a universidade, a tarefa dele é conversar e negociar com o governo do estado. Acontece que o Professor Paulo Roberto, reitor da UESB, é o representante da comunidade acadêmica e precisa se posicionar, ou ele está mobilizado contra os cortes orçamentário com as outras categorias, ou contra essa comunidade, e assim, reproduzindo internamente a política do governo do estado.
A noite foi a vez da mesa “Que Universidade queremos?”, organizada pelos/as estudantes da UESB. Estiveram na mesa Luciano Sousa (Sindilimp), Alexandre Galvão (Andes), Marcos Antônio (UJS), Marcia Lemos (Adusb) e Guilherme Ribeiro (Levante Popular da Juventude). O Auditório esteve lotado, o/a estudante quer compreender como a universidade está e opinar no seu funcionamento. Foi o momento de problematizar e discutir a universidade, todas as falas iam ao sentido de conscientização política dos/as estudantes. A situação é crítica, e somente com a comunidade acadêmica unida e mobilizada é que se conseguirá avanços para a UESB.

Dando continuidade à jornada, quinta-feira foi dia de ocupar a reitoria e construir/levar a pauta estudantil para o reitor. A mobilização começou logo cedo, próximo à biblioteca, e logo em seguida prosseguiu com uma caminhada pelos módulos de aula da universidade. A cada corredor mais estudantes se somavam a luta, e a ocupação da reitoria foi um sucesso. Uma roda de conversa se estabeleceu no espaço, os/as discentes trouxeram as demandas dos cursos e a pauta foi construída. Dentre as pautas internas foram apontados a questão da transparência orçamentária da universidade, a redução do preço do bandejão no Restaurante Universitário para R$ 1,00, o término da construção do módulo de engenharia florestal e a pontualidade no pagamento das bolsas. A serem pautados externamente, os/as estudantes elencaram a rubrica específica de 1% da RLI (receita líquida de impostos) para a permanência estudantil e 7% desse mesmo fundo para o orçamento das estaduais baianas, a revogação da lei 7.176/97 que trata da autonomia das universidades e a realização de concurso público para professores/as e técnicos/as universitários/as.
 

  

A avaliação da jornada foi extremamente positiva, a classe estudantil começa a se organizar para o enfrentamento. A luta não para, é só o começo de muitas que virão durante o ano.  O recado foi dado, a denúncia foi feita, próximo passo é a mobilização de mais e mais estudantes.
Nenhum centavo a menos para as estaduais baianas, aumento no orçamento já!

Da unidade vai nascer a novidade!

sexta-feira, 27 de março de 2015

Começa a II Etapa da Escola de Formação Revolução dos Malês

"Todo escravo que assassina o seu senhor
pratica um ato de legítima defesa".
(Luiz Gama)


Teve início nessa sexta feira, 27 de março de 2015, a II Etapa da Escola de Formação Política Revolução dos Malês do Levante Popular da Juventude, na Universidade Federal da Bahia, em Salvador.

Quem conhece sua história luta melhor
O objetivo da Escola de Formação é aprofundar o conhecimento sobre a Formação Social e Econômica do Brasil, bem como resgatar a história das Revoluções Triunfantes no mundo, e ainda trabalhar temas que contribuam nos métodos de trabalho de base e organização popular.

Revolução dos Malês
O nome é uma homenagem ao levante dos escravos muçulmanos, os Malês (Nagôs e Haussás), que ocorreu em 1835, na cidade Salvador, na Bahia. A Revolta dos Malês, como ficou conhecido o levante escravo, completou 180 anos no dia 25 de janeiro, e mobilizou 600 negros escravos, o que equivaleria hoje a 24 mil pessoas comparando o número de habitantes da cidade na época e atualmente, com o objetivo de libertar os escravos. 
O levante Malê foi fortemente reprimido, mas nos deixa o legado dos negros escravos que nunca se renderam e aceitaram a exploração e as condições subumanas às quais eram expostos, e que é preciso se levantar contra qualquer tipo de exploração e pela liberdade.










domingo, 22 de março de 2015

Por um Projeto Popular para a Educação, pela democratização das Universidades!

O primeiro semestre letivo de 2015, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), não começou nada bem. O governo do estado anunciou um corte de um milhão de reais no orçamento da UESB, que se somado ao corte de seis milhões do ano de 2013 para 2014, em valores nominais, ou seja, desconsiderando a inflação, já resultam em sete milhões de reais. 

Os problemas ficam evidentes a cada dia: paralisação dos funcionários/as terceirizados/as, atraso nas bolsas, projetos de pesquisa parados, recusa de solicitação de viagem para estudantes, etc, são apenas alguns que podemos listar, dentre os vários que a comunidade acadêmica vem sofrendo. 

As contradições se acentuam quando, em meio aos cortes e sucateamento das estaduais baianas, o governo do estado da Bahia anuncia um superávit nas contas de 2014. Se tem dinheiro, porque a UESB vem suportando sucessivos cortes? A resposta está perto, ou talvez, distante: o reitor. Eleito pelos três campi da universidade para a sua representação frente ao governo do estado, vossa magnificência realiza papel inverso, representa o governo do estado frente à comunidade universitária.

Não é possível continuar aceitando os cortes do governo do estado. A redução orçamentária refere-se às verbas de manutenção, investimento e custeio, as mesmas que fazem a Universidade ser Universidade, pois garantem o perfeito funcionamento do tripé Ensino – Pesquisa – Extensão. Com os cortes, a reitoria começa um verdadeiro jogo de cintura fazendo remanejamento de verbas para aparentar um ar de que está tudo bem.

NÃO ESTÁ NADA BEM! Com o Jogo de Cintura da reitoria quem primeiramente sofre são os/as funcionários/as terceirizados/as, que começam a ficar meses sem receber seus salários. Se terceirizar o serviço da universidade já coloca esses/as trabalhadores/as em condições precárias de trabalho, não pagar seus salários e demiti-los/as é o que a reitoria tem a oferecê-los/as. As demissões foram anunciadas pelo reitor no último Consepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão), e graças ao movimento docente, as mesmas foram suspensas até o próximo dia 25, quando acontecerá o Consu (Conselho Superior), que discutirá o orçamento para o ano de 2015.

Segundo Luciano Sousa, dirigente do SINDILIMP,  “a culpa (das condições sob as quais os funcionários/as terceirizados/as passam) é de quem administra esses contratos, que vem desrespeitar o trabalhador. Quem são essas pessoas? Naturalmente, fiscais de contrato que não fiscalizam os contratos como deveriam, logo, a contratante dessas empresas terceirizadas, a Secretaria de Educação, que não faz uma seleção correta dessas empresas”. E continua “ Essas empresas, que em sua maioria ao assumir o contrato tem recursos de empréstimo bancários,  no dia-a-dia não possui capital em mãos para custear os funcionários.” E conclui justificando “São 90 dias até as empresas começarem a receber, são contratos mal feitos, que não respeitam o trabalhador, e que fazem do trabalhador mão de obra escrava.”

Os/As estudantes da universidade, campus Vitória da Conquista, realizaram uma assembleia na última segunda-feira, 16. Na ocasião, uma das pautas referia-se à situação dos/as terceirizados/as. O estudante Guilherme Ribeiro, também militante do Levante Popular da Juventude, pontuou “Nós estudantes, não podemos aceitar que a reitoria demita esses funcionários, por mais que temos um número excessivo, os mesmos não são culpados, a reitoria foi irresponsável ao contratá-los, agora deve arcar com as consequências”. Outros/as estudantes se posicionaram, e todos/as a favor dos/as terceirizados/as. O consenso é que, não dá mais para ver a reitoria agindo da forma que quer, os setores da universidade precisam pressioná-la para criar um espaço democrático que discuta o orçamento com todas as categorias a partir de agora.

A universidade precisa se pintar de povo cada vez mais, precisa de um Projeto Popular para educação. A mudança somente se dará com o estabelecimento de uma Assembleia Nacional Constituinte sobre o sistema político. Esse sistema encontra-se cheio de vícios, e o financiamento privado das campanhas talvez seja um dos seus maiores males. As mesmas empresas que financiam as campanhas dos/as nossos/as representantes públicos, são as que ganham as licitações dos serviços terceirizados pelo Estado. É necessário mudar as regras do jogo, o povo já demonstra isso nas ruas, a democracia precisa avançar, deve ser mais participativa, pois o povo quer estar no poder.

Levante Popular da Juventude Vitória da Conquista.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Pela vida e direitos das mulheres: Constituinte Já!


105 anos após a decisão pela realização de um dia Internacional dedicado exclusivamente à luta das mulheres, na 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague no ano de 1910, reafirmamos a necessidade de retomarmos o sentido do 8 de março.

Mais que uma data comercial, em que somos felicitadas e presenteadas com rosas e chocolates, por sermos "frágeis","delicadas" e "cuidadosas", enquanto aguentamos diariamente o peso de sermos mulheres numa sociedade capitalista, patriarcal, machista,racista e homofóbica, o 8 de março representa para nós um dia de luta histórico das mulheres trabalhadoras.

Muitos costumam afirmar que as mulheres já conquistaram tudo o que queriam. Isto porque podemos votar, trabalhar fora, estudar, entre outras coisas. Alguns chegam até a dizer que não existe mais machismo.
Mas sabemos que nós mulheres ainda temos muito a conquistar. Ainda temos os menores salários exercendo o mesmo cargo que os homens, ainda temos jornadas duplas e triplas de trabalho, somos totalmente responsabilizadas pelo cuidado e educação dos filhos. Sem contar com as violências (sexual, física, psicológica) naturalizadas ao longo da formação da nossa sociedade.

E na conjuntura atual, na qual enfrentamos um congresso extremamente conservador, com baixa representatividade de mulheres, sobretudo mulheres representantes do povo, corremos inclusive o risco de retroceder. Como no caso do Estatuto do Nascituro, que prevê a proibição do aborto até nos casos preestabelecidos em lei (risco de morte da mulher, estupro e anencefalia). Isso ocorre enquanto em nosso estado, por exemplo, a 1ª causa em morte materna é por aborto inseguro. No país, está entre as 5 primeiras causas.


Embora tenhamos tido avanços, como a Lei Maria da Penha e recém sancionada Lei do Feminicídio, que qualifica homicídios contra mulheres por discriminação de gênero ou violência doméstica como crimes hediondos. O que mais preocupa é a falta de preparação do Estado para lidar com essas situações. Como pudemos perceber nesses anos de existência da Lei Maria da Penha, falta de delegacias especializadas e de pessoal preparado para atender mulheres em situação de violência.

Para que possamos avançar na representatividade no legislativo, na influência no executivo e judiciário, a luta pela Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político é fundamental! É certo que o direito ao voto nos colocou em melhores condições, porém não queremos apenas decidir quem estará lá! Queremos estar lá também, podendo decidir pelos nossos direitos e pela nossa vida!

E até hoje só conseguimos avançar em qualquer conquista da luta feminista com mulheres organizadas e auto-organizadas. Nesse sentido, precisamos seguir organizadas e com o desafio de forjar mais mulheres feministas!

Sem feministas não há feminismo! 
Quando uma mulher avança o MACHISMO retrocede!
(*Fotos da ação das mulheres do Levante Popular da Juventude em Salvador)




(*Fotos da ação das mulheres do Levante Popular da Juventude em Salvador)