Na última
semana, entre os dias 23 a 26 de março, os/as estudantes da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia, campus Vitória da Conquista, se propuseram a
travar o debate sobre o sucateamento das universidades estaduais baianas,
sobretudo, relacionadas aos reflexos da crise para a classe estudantil.
O MobilizaUESB –
Jornada de Lutas em Defesa da UESB, se originou das indignações trazidas pelos/as
estudantes em sua Assembleia Geral, ocorrida no dia 16, segunda-feira. Era
necessário possibilitar, disseminar e denunciar os cortes orçamentários do
governo do estado para a Universidade, além de debater as demandas internas no
que se refere a estudantes/reitoria.
Passadas em
sala de aula, panfletagem e oficina de confecção de cartazes se fizeram
presentes nas atividades da segunda e terça-feira. Fatores como o corte de 1,3
milhão de reais pela reitoria para a Assistência/Permanência Estudantil, atraso
nas bolsas permanência, pesquisa e extensão e a falta de recursos básicos de
higiene, eram os mais elencados pelos/as estudantes.
Na quarta-feira
foi o dia do CONSU – Conselho Superior da universidade, dentre as pautas estavam
a demissão dos funcionários terceirizados, aprovação das contas de 2014 e do
orçamento de 2015. Os/As estudantes estiveram presentes, cobrando da reitoria um
posicionamento quanto à crise, ao estado de greve dos professores, etc., e a
mesma continuou omissa aos acontecimentos da universidade. Segundo o reitor enquanto
os/as estudantes, professores e funcionários/as paralisam a universidade, a
tarefa dele é conversar e negociar com o governo do estado. Acontece que o
Professor Paulo Roberto, reitor da UESB, é o representante da comunidade acadêmica
e precisa se posicionar, ou ele está mobilizado contra os cortes orçamentário
com as outras categorias, ou contra essa comunidade, e assim, reproduzindo
internamente a política do governo do estado.
A noite foi a
vez da mesa “Que Universidade queremos?”, organizada pelos/as estudantes da
UESB. Estiveram na mesa Luciano Sousa (Sindilimp), Alexandre Galvão (Andes),
Marcos Antônio (UJS), Marcia Lemos (Adusb) e Guilherme Ribeiro (Levante Popular
da Juventude). O Auditório esteve lotado, o/a estudante quer compreender como a
universidade está e opinar no seu funcionamento. Foi o momento de problematizar
e discutir a universidade, todas as falas iam ao sentido de conscientização política
dos/as estudantes. A situação é crítica, e somente com a comunidade acadêmica unida
e mobilizada é que se conseguirá avanços para a UESB.
Dando
continuidade à jornada, quinta-feira foi dia de ocupar a reitoria e construir/levar
a pauta estudantil para o reitor. A mobilização começou logo cedo, próximo à biblioteca,
e logo em seguida prosseguiu com uma caminhada pelos módulos de aula da
universidade. A cada corredor mais estudantes se somavam a luta, e a ocupação
da reitoria foi um sucesso. Uma roda de conversa se estabeleceu no espaço, os/as
discentes trouxeram as demandas dos cursos e a pauta foi construída. Dentre as
pautas internas foram apontados a questão da transparência orçamentária da
universidade, a redução do preço do bandejão no Restaurante Universitário para
R$ 1,00, o término da construção do módulo de engenharia florestal e a
pontualidade no pagamento das bolsas. A serem pautados externamente, os/as
estudantes elencaram a rubrica específica de 1% da RLI (receita líquida de
impostos) para a permanência estudantil e 7% desse mesmo fundo para o orçamento
das estaduais baianas, a revogação da lei 7.176/97 que trata da autonomia das
universidades e a realização de concurso público para professores/as e técnicos/as
universitários/as.
A avaliação da
jornada foi extremamente positiva, a classe estudantil começa a se organizar
para o enfrentamento. A luta não para, é só o começo de muitas que virão
durante o ano. O recado foi dado, a denúncia
foi feita, próximo passo é a mobilização de mais e mais estudantes.
Nenhum centavo a menos para as
estaduais baianas, aumento no orçamento já!
Da unidade vai nascer a novidade!