segunda-feira, 9 de março de 2015

Pela vida e direitos das mulheres: Constituinte Já!


105 anos após a decisão pela realização de um dia Internacional dedicado exclusivamente à luta das mulheres, na 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague no ano de 1910, reafirmamos a necessidade de retomarmos o sentido do 8 de março.

Mais que uma data comercial, em que somos felicitadas e presenteadas com rosas e chocolates, por sermos "frágeis","delicadas" e "cuidadosas", enquanto aguentamos diariamente o peso de sermos mulheres numa sociedade capitalista, patriarcal, machista,racista e homofóbica, o 8 de março representa para nós um dia de luta histórico das mulheres trabalhadoras.

Muitos costumam afirmar que as mulheres já conquistaram tudo o que queriam. Isto porque podemos votar, trabalhar fora, estudar, entre outras coisas. Alguns chegam até a dizer que não existe mais machismo.
Mas sabemos que nós mulheres ainda temos muito a conquistar. Ainda temos os menores salários exercendo o mesmo cargo que os homens, ainda temos jornadas duplas e triplas de trabalho, somos totalmente responsabilizadas pelo cuidado e educação dos filhos. Sem contar com as violências (sexual, física, psicológica) naturalizadas ao longo da formação da nossa sociedade.

E na conjuntura atual, na qual enfrentamos um congresso extremamente conservador, com baixa representatividade de mulheres, sobretudo mulheres representantes do povo, corremos inclusive o risco de retroceder. Como no caso do Estatuto do Nascituro, que prevê a proibição do aborto até nos casos preestabelecidos em lei (risco de morte da mulher, estupro e anencefalia). Isso ocorre enquanto em nosso estado, por exemplo, a 1ª causa em morte materna é por aborto inseguro. No país, está entre as 5 primeiras causas.


Embora tenhamos tido avanços, como a Lei Maria da Penha e recém sancionada Lei do Feminicídio, que qualifica homicídios contra mulheres por discriminação de gênero ou violência doméstica como crimes hediondos. O que mais preocupa é a falta de preparação do Estado para lidar com essas situações. Como pudemos perceber nesses anos de existência da Lei Maria da Penha, falta de delegacias especializadas e de pessoal preparado para atender mulheres em situação de violência.

Para que possamos avançar na representatividade no legislativo, na influência no executivo e judiciário, a luta pela Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político é fundamental! É certo que o direito ao voto nos colocou em melhores condições, porém não queremos apenas decidir quem estará lá! Queremos estar lá também, podendo decidir pelos nossos direitos e pela nossa vida!

E até hoje só conseguimos avançar em qualquer conquista da luta feminista com mulheres organizadas e auto-organizadas. Nesse sentido, precisamos seguir organizadas e com o desafio de forjar mais mulheres feministas!

Sem feministas não há feminismo! 
Quando uma mulher avança o MACHISMO retrocede!
(*Fotos da ação das mulheres do Levante Popular da Juventude em Salvador)




(*Fotos da ação das mulheres do Levante Popular da Juventude em Salvador)

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