Grito dos Excluídos para o Levante foi dia de trabalho de base com a população!

No 7 de setembro, o dia em que se comemora a independência do Brasil. Mas que independência seria essa? Somos um país com vasta riqueza natural, grande biodiversidade e extensão; e ao mesmo tempo, país que serve ao agronegócio, cultivando monoculturas para a exportação. As coisas não parecem tão diferentes do colonialismo e seu modo de produção. Ainda somos uma espécie de curral, as coisas apenas mudaram de nome.  Soberania nacional e popular, esse deve ser o nosso sobrenome!

Junto ao Núcleo de Estudos em Práticas e Políticas Agrárias (NEPPA) e o núcleo Negra Zeferina da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) que o Levante Salvador saiu às ruas em defesa da Campanha contra os agrotóxicos e pela vida.

Na cidade onde mais de 80% da nossa população é de negros e negras, o Levante Salvador agitou a pauta das Cotas raciais no Grito dos Excluídos.  Em período eleitoral, no qual todos os candidatos defendem bandeiras de igualdade e justiça, é essencial evidenciarmos os projetos de nação que percorrem cada candidatura. O candidato do DEM à prefeitura de salvador, que tem a sua vice nos horários nobres da TV afirmando que defendem as cotas e a igualdade racial, foi denunciado neste 7 de setembro. Um campo político que abre uma ação de inconstitucionalidade das cotas na UNB certamente não deseja ver a Universidade pintada com a cara do povo.

“ACM diz que tem, tem, tem compromisso social; é mentira do Netinho, ele é contra a cota racial!”. Assim o Levante mostrou a sua opção de lutar por um Projeto Popular para o Brasil. Fugir da lógica eleitoreira a que a nossa cidade está submetida e politizar o debate é nosso dever; afinal, não votamos em números ou nomes e sim em concepções de nação.

Em agosto desse ano, foi realizado o I Acampamento Regional do Levante Popular da Juventude - Sul/Sudoeste da Bahia. Estiveram presentes as cidades de Vitória da Conquista, Itabuna, Guanambi, Ribeirão do Largo, Brumado, Vila do Café e Bom Jesus da Serra (as 4 últimas tendo a maioria dos jovens do MPA - Movimento dos Pequenos Agricultores). Um dos encaminhamentos do Acampamento foi a construção coletiva do 18º Grito dos Excluídos em Vitória da Conquista, com o deslocamento de toda essa juventude para Conquista - somente Itabuna decidiu que não poderia participar, pois iria dar peso na construção em sua própria cidade.

Foram realizadas oficinas e atividades pré-grito em todas as cidades, mobilizando a juventude para participar do ato unitário. Foram realizadas passadas nas escolas públicas, universidades (públicas e privadas), mobilização na Discoteca Black do Hip Hop Conquisa, articulação com os movimentos sociais, além de divulgação na mídia local. Com isso, no dia 07 de setembro, cerca de 150 jovens se reuniram no Bloco da Juventude Popular, mostrando à sociedade do Sudoeste da Bahia que a Juventude não quer somente assistir malhação, mas sim ir às ruas, lutar e reivindicar um Projeto Popular para o Brasil.

No final, em frente ao palanque das autoridades, foi feita uma mística simblizando o extermínio da juventude negra em nossa região, onde a juventude bradou que é contra esse tipo de ação, e lutará pelo fim da tortura e massacre em nosso país!

Já a galera do Levante de Itabuna voltou para a cidade determinada para a construção do Bloco do Levante Popular no Grito dos Excluídos

Se uniram ao grupo do projeto Encantarte, que trabalha com teatro, dança e percussão, norteado pela cultura afro, para compor o a percussão que abriu a ala dos excluídos da Independência do Brasil. Com latas não mão e muito ritmo, o Grito dos excluídos em Itabuna começou com a juventude mostrando seu poder de organização e protesto, passando a ideia de que lugar de jovem  não é às margens da cidadania, e sim, presente, com música e dança na implementação de projetos de vida, e não de morte, que lhe garantam condições de uma existência digna.

O Grito dos Excluídos encerrou-se com um misto entre a sensação de dever cumprido, com a sensação de que ainda é só o começo. O Projeto Popular se imprime cada vez mais nos ideais de nossos componentes e fazemos um alerta: “Te cuida Imperialista. A América Latina vai ser toda Socialista”!