quarta-feira, 21 de agosto de 2013

LEVANTE-SE CONTRA OS TROTES MACHISTAS



CALOURAS, COMO TE DERAM AS BOAS VINDAS AO ENTRAR NA UNIVERSIDADE?

Começaram as aulas em algumas Universidades! É hora de trotes e calouradas para integrar os novos e as novas estudantes, conhecer gente nova, com pensamento crítico, pessoas esclarecidas... Opa! Há controvérsias!
As expectativas de encontrar na universidade um território livre de opressões e violências podem ser rapidamente desfeitas ao nos depararmos com a dura realidade opressora que muitas vezes adquire a recepção das novas estudantes.
A academia não está descolada da sociedade. Muito pelo contrário, é o campo da produção e reprodução de relações sociais, pois é nela que se constroem pensamentos, teorias, ou se reforçam velhos e conservadores pensamentos. Prova disso é que, ainda hoje continuamos vendo vários trotes opressores em muitas Universidades Brasil a fora. Tais manifestações, muitas vezes, passam despercebidas por muitas de nós já que acreditamos que não representa nada mais além de uma brincadeira para socializar calouras e veteranos. No entanto, determinadas “brincadeiras” estão carregadas de um discurso e de uma forma de relação de poder desigual entre homem e mulher na sociedade: o Patriarcado.
Exemplos da reprodução do patriarcado nos trotes não faltam, indo desde os leilões de calouras até ações que estas são forçadas a fazer, como desfilar de coleira, ter a pele pintada de preto e receber apelidos pejorativos de acordo com o seu tipo físico. Esta prática reflete uma cultura que transforma o corpo e a vida das mulheres em objeto sexual e mercadoria, disponível aos desejos masculinos. Muitas dessas ações apresentam-se, também, como racistas, fascistas e homofóbicas, mostrando que o Patriarcado é um sistema que articula opressões sociais.




Nós, do Levante Popular da Juventude repudiamos esse tipo trote, e acreditamos que a melhor recepção que podemos oferecer as recém-chegadas na universidade é estimular o debate e ações que visem a superação das opressões, derrubando as violências explícitas e veladas que permanecem em nossa sociedade.

Por isso, calouras, fiquem atentas!
·         Não se sinta obrigada a fazer o que não quer. Se puder converse com outras mulheres, não se cale e procure intervir se possível.
·         Não hesite em denunciar práticas abusivas e violentas sofridas por você ou por outra mulher. As mulheres comumente são culpabilizadas (pela roupa que usam, por suas atitudes, pelos locais e horários no qual circulam) e a violência é justificada. Lembre-se: a culpa nunca é da vítima!

No projeto que construímos para o Brasil, não há lugar para as opressões. Não é essa Universidade que queremos! Pelo fim da opressão de gênero! Pelo fim da violência contra a mulher! Pelo fim do machismo! Levante-se contra os trotes machistas!


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